Osservatore Romano, 7 de dezembro de 2016
1. Na Solenidade da Imaculada Conceição, a Congregação para o Clero promulga a nova Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, um instrumento para a formação dos presbíteros. Por que um novo Documento para os futuros padres e quais foram as linhas de inspiração para a preparação do texto?
Apesar de uma atualização em 1985, a última Ratio Fundamentalis data de 1970. Neste espaço de tempo, como sabemos, sobretudo por conta da rápida evolução à qual o mundo está quotidianamente sujeito, mudaram os contextos históricos, sócio-culturais e eclesiásticos nos quais o Sacerdote está chamado a encarnar a missão de Cristo e da Igreja, o que provoca significativas mudanças em relação a outros aspectos: a imagem ou visão do padre, as necessidades espirituais do Povo de Deus, os desafios da nova evangelização, a linguagem da comunicação, além de outros.
Pareceu-nos ser necessário relançar, renovar e concentrar-nos de novo na formação dos Sacerdotes; fomos encorajados e iluminados pelo Magistério do Papa Francisco: com a espiritualidade e profecia que marcam a sua palavra, o Santo Padre muitas vezes falou aos Sacerdotes, recordando-lhes que o padre não é um funcionário, mas um Pastor ungido para o povo de Deus, com o coração compassivo e misericordioso de Cristo em prol da multidão cansada e exausta.
As palavras e discursos do Santo Padre, alguns dos quais ligados à tentação do dinheiro, ao exercício autoritário do poder, à rigidez legalista ou ao orgulho, nos revela como o cuidado com os Sacerdotes e com a formação destes é um aspecto fundamental na ação eclesiástica do seu pontificado e deve tornar-se, sempre cada vez mais, uma preocupação para cada Bispo e cada Igreja local.
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